terça-feira, novembro 29, 2005

O dilema do treinador ou "será que eu sou assim tão fraco"?

Há momentos em que não deve ser nada fácil ser treinador; numa semana, faz uma série de disparates, a equipa não ganha, os adeptos assobiam, a imprensa não filiada cai-lhe em cima, até os jogadores o olham de lado. No domingo a seguir, coloca (quase) a equipa dos jornalistas, adeptos e blogueiros. A equipa não ganha na mesma. E agora?
Vi o Benfica no seu melhor de todo o campeonato. Já li que foi a melhor exibição desde o jogo no Dragão. Corrijo. O Benfica jogou melhor contra o Belenenses que contra o Porto. Mas como disse uma vez Johan Cruiff, "podes jogar o que quiseres; se não meteres a bola na baliza não ganhas". E isso diz muito. Na época passada, Mantorras entrava a 10 minutos do fim, tropeçava nas pernas e marcava golos decisivos. Nos dois últimos jogos falhou golos fáceis em cima do apito final.
Com isto e mais Simão, Quim, Miccoli e Karagounis lesionados, o meu conselho ao Koeman é: chama o Alexandrino!!!

segunda-feira, novembro 28, 2005

... e Pinto da Costa - o queixinhas

Ainda estou a tentar decidir qual dos dois foi mais ridículo: se Nuno Gomes, no final do jogo com o Braga, ou Pinto da Costa, a justificar a queixa do Porto.
Ou ainda será mais ridículo um regulamento que exige uma queixa para analisar o que toda a gente viu?
Se o futebol não fosse uma actividade altamente lucrativa, isto resolvia-se em dois tempos: Nuno Gomes explicava o que tinha feito, retractava-se e acabou o assunto.
No entanto, a necessidade de criar factos e notícias, aliada à exigência de desviar as atenções de passivos indecentes, obriga, por um lado, a aprovar regulamentos que ninguém que tenha o cérebro em perfeitas condições leu, e, por outro, a alimentar novelas e guerrilhas que são, desculpando o termo, uma mariquice.

Bento - o disciplinador

Paulo Bento está a começar carreira, mas não é tonto. Já sabe bem que levar com um rótulo de "disciplinador" permite alguns disparates e alguns maus resultados. E daí vai um passo para escolher um jogador (de preferência um dos que fazem falta) e fazer dele "um exemplo".
Eu não sei o que Liedson fez. Nem vou saber, porque Paulo Bento escudou-se nos lugares comuns da "defesa do espírito de grupo" e "união do balneário". Resultados práticos : Liedson descansou um jogo, joga no Dragão e Paulo Bento ganha boa imprensa, precavendo eventuais maus resultados. E ainda ganhou ao Guimarães.
Coitado do futebol... vale tudo, menos dizer a verdade.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Ui, um voto de confiança!

Adriaanse recebeu esta semana o beijo da morte de um treinador. A direcção da SAD portista renovou-lhe o contrato, e assim, transmitiu um voto de confiança. Já todos sabemos como terminam os votos de confiança.
Depois de afastado da Europa pelos poderosos escoceses e eslovacos, o holandês já pode pensar em calçar os patins. Se em Janeiro o Porto não estiver a liderar a Liga, recebe o bilhete daqui para fora. Aposto eu.

O campeonato da segunda circular?

No Record de segunda-feira, a 1ª página dizia "Este golo de Liedson permitiu aos leões ultrapassar o Benfica".
Será esta a ambição do Sporting? Acabar o campeonato à frente do Benfica?
Não percebem os jornalistas do Record que este enquadramento menoriza não só o Sporting e o Benfica, como a própria Liga Portuguesa?
Já ouvi muitas vezes a questão das tiragens. Supostamente os jornais desportivos vendem mais quando trazem notícias sobre o Benfica na capa. Já existiu algum estudo a sério sobre isso? É mesmo verdade, ou é outro mito urbano, inventado pelos jornalistas dos respectivos periódicos?
É que há coisas que enjoam...

quarta-feira, novembro 23, 2005

Triste sina

3 semanas já me tinha queixado do mesmo. Portanto, não vou repetir. Permitir um empate a um adversário que só fez um remate à baliza em todo o jogo é muito mau.
Trocar Diego por Bruno Alves aniquilou o jogo ofensivo do Porto. Não é que Diego estivesse a jogar futebol (não estava), mas a ideia de segurar a bola só resulta quando os jogadores o sabem fazer. Neste Porto, com excepção de três jogadores (Quaresma, Ibson e Lisandro), ninguém sabe. Como um deles até estava no banco, esta substituição não foi só mal feita. Foi criminosa.
O Porto versão 05/06 conseguiu fazer ainda pior que o ano passado nos jogos em casa. Há um ano, Fernandez lá conseguiu 5 pontos, e não perdeu. Este ano só 4. Que só vão chegar para o último lugar do grupo.

terça-feira, novembro 22, 2005

Lille 0 - 0 Benfica

Momentos antes de Mantorras mandar para a atmosfera a única oportunidade de golo do Benfica na segunda parte, estava eu a pensar que iniciaria este post a dizer que era estranho que duas equipas que precisavam de ganhar tivessem tanto medo de o conseguir, a ponto do Benfica não ter feito qualquer remate à baliza. Emendo: Mantorras assinou a autoria do gesto.
Koeman deve pensar que os melhores extremos que tem são Nélson e Léo. Se calhar tem razão, mas Alcides e Ricardo Rocha não são, nem podem ser, bons laterais. O que ganhou o Benfica com isso?
Também pensa que os melhores construtores de jogo do plantel são Petit e Beto. Se Nuno Assis e Karyaka não ocupam melhor a função, para que é que os tem lá?
Resumindo: o Benfica, actualmente, não tem melhor guarda-redes que um coxo, não tem melhores laterais que dois centrais, não tem melhores extremos que dois laterais, e não tem melhores médios ofensivos que dois trincos. Bem, eu já não percebo nada de futebol.
Ainda assim, pergunto-me eu como é que o Lille ganhou ao Manchester.
P.S.: Outra vez, só pude ver a 2ª parte do jogo. Se escrevi alguma barbaridade, peço desde já desculpas.
P.S.2: Como é possível permitir que um jogo da Liga dos Campeões se realize num relvado naquele estado?

domingo, novembro 20, 2005

Daqui fala o cego teimoso

No Record de hoje, um cronista chama "cegos teimosos" àqueles que não acreditam no Braga campeão. Eu sou um deles.
O que não li foi uma análise à forma como Koeman alinhou a equipa. Não tenho registos, mas gostava de saber quantas vezes o holandês insistiu nos 3 trincos - e quantas vezes resultou. Se me responderem "nenhuma", acho que estou perto da verdade.
Enquanto treinador de bancada, há coisas que não consigo compreender. Uma delas é que o Benfica, tendo Karagounis, Karyaka e Nuno Assis, teime em jogar sem ninguém a ocupar a posição atrás de Nuno Gomes. Pelo menos Nuno Assis, pelo que mostrou ontem, está em forma. A razão pela qual não joga é um mistério. Assim sendo, os únicos que conseguiram levar a bola para frente ontem foram Nélson e Léo. Mas sem ajuda à frente (Simão e Geovanni não existiram), não há milagres. O resultado foi que o Benfica esteve meia hora na segunda parte sem conseguir segurar uma bola que fosse no meio-campo.
Junte-se a isso dois factores: a falta de pernas dos jogadores do Benfica (Nuno Gomes deu, após o 3º golo do Braga, uma explicação para isso...) e os dois frangos de Quim. Espero eu que, antes de abrir a boca, Veiga vá perguntar quem foi que pôs um coxo a jogar.
Do lado do Braga, além de destacar a grande disponibilidade física de Madrid e Vandinho (grande jogo), quase se pode dizer que o melhor que lhes aconteceu foi o golo de Anderson. Jesualdo foi obrigado, a contragosto decerto, a abandonar a estratégia retranqueira com que abordou o encontro (mas disso já estava eu à espera) e "deixou" a equipa passar o meio-campo. Mas, como disse acima, se Madrid e Vandinho foram muito melhores que Petit, Beto e Manuel Fernandes, há mais mérito do Braga ou deficiências do Benfica?

quarta-feira, novembro 16, 2005

... à Jardel

Por motivos profissionais, mas não só, não vi nenhum dos jogos das selecções completo. Nem os AA, nem os Sub-21. Só cheguei hoje a casa a tempo de ver a 2ª parte do desafio com a Suíça, que só teve dois pontos positivos: o apuramento e o golo de Hugo Almeida.
Assim que vi o jogador a saltar e a colocar a bola de cabeça daquela forma, depois de ganhar espaço nas costas do central, lembrei-me logo do melhor ponta-de-lança que acompanhei: Mário Jardel. Espero bem que alguém com visão tenha mostrado ao Hugo, que é muito novo para se lembrar dos primeiros tempos de Jardel em Portugal, os vídeos com os jogos do SuperMário pelo Porto e pelo Sporting. Tinha a ganhar ele e todos nós também.

terça-feira, novembro 15, 2005

Jorge Costa

Pela segunda vez, o capitão será obrigado a deixar o clube para continuar a jogar. E mais, uma vez, não será por não ter lugar no plantel que Jorge Costa deixar de vestir a camisola azul e branca. Tal como aconteceu com Octávio, é um treinador sem nível para vingar pelo seu trabalho que resolveu fazer do Bicho um exemplo não se sabe bem de que.
Mesmo no exílio forçado, Jorge Costa não se queixa e não vem a público dizer aquilo que Adriaanse mereceria ouvir. Mas atenção - pode ser que desta vez não volte.

segunda-feira, novembro 14, 2005

O lobby anti-Ricardo

Enfim descobriu-se o mistério que mantém o frangueiro na guarda da baliza da nossa selecção: Scolari anda a combater um lobby!
Já há muito se desconfiava que aqueles avançados malvados que, de quando em quando, faziam um remate à baliza ou um centro que obrigava o nosso guardião a abandonar o aconchego dos postes estavam mancomunados com organizações mafiosas, cujo único objectivo é obrigar à retirada do heróico guarda-redes.
Atentem naquele lietchesteco que centrou uma bola na direcção da baliza portuguesa quando estávamos a ganhar por 2-1. Obviamente o fez com más intenções. E então o Charisteas, que chegou mais alto com a cabeça que o Ricardo com as mãos na final do Euro? Quem não sabia da sua acção perversa e premeditada? E o Luisão? Aquele salto de costas para o golo que resolveu o campeonato do ano passado foi inocente? O que acham?
Eu sou do lobby. E você, também é?

Notícias do Sindicato

Li a entrevista de João Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, na edição de hoje de "A Bola". Como era de esperar, Evangelista diz que a culpa dos problemas por que passam os clubes é de toda a gente: dirigentes, Federação, Liga - menos dos jogadores.
O Sindicato, algo inesperadamente, assumiu uma posição forte decorrente das últimas crises no Setúbal, Alverca, Felgueiras, Marco e outros clubes. Ao contrário do que acontecia até há pouco tempo, os seus dirigentes podem falar em nome dos jogadores. E a solução dos problemas tem de passar inevitavelmente por eles. Quem estaria à espera de ouvir falar de tectos salariais, redução da duração de contratos, indexação dos vencimentos aos orçamentos dos clubes, ficou a ver navios. Sobre nenhum destes temas o Sindicato tem opinião.
E voltou à ladainha da "escravização" dos jogadores pelos clubes. Parece-me que se passa quase o oposto. Como agora todos os profissionais assinam contratos de longa duração, são os clubes que ficam à mercê daquilo que os atletas produzem em campo. Se o jogador corresponde ao que se esperava dele, está tudo bem e o contrato é para cumprir até que o jogador ameaçe sair a custo zero se as suas condições não forem melhoradas. Se não corresponde, tem o clube de arcar com as despesas deste e do outro que o vem substituir, para outro contrato de longuíssima duração. Não há orçamento que suporte isto.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Já que falei do Madaíl...

Nada como um fim de semana sem futebol a sério para aparecerem estes artistas a tentar divertir o pagode. Hoje foi o presidente da FPF, que num discurso no final das "Jornadas de Contabilidade e Fiscalidade" (é a sério, eu não estou a inventar) voltou à carga. Quem é que se lembra disto? Pois é, parece que ainda corremos sérios riscos de suspensão das competições de selecções se a Liga não entrar nos eixos e, além de voltar à Federação, permitir a inscrição de jogadores desempregados. Ao que eu respondo: força Valentim!!! Eu estou contigo, companheiro!!!
Mas o melhor estava guardado para o final, quando Madaíl confidenciou aos repórteres, naquele seu jeitaço parternalista, que só não fomos punidos ainda porque "temos uma certa influência...". Ainda estão a ler, ou já estão a ter espasmos de tanto rir?

quinta-feira, novembro 10, 2005

Falemos do circo...

Confesso que nem sequer me lembrei de ver a convocatória da selecção, e que os próximos jogos não me despertam qualquer emoção, mas não resisto a gastar mais alguma cera com tão mau defunto:
"O terceiro guarda-redes no Mundial será um jovem". Bruno Alves, Jorge Baptista, hmmm, Carlos, talvez?! Não, é Paulo Santos, um jovem com 32 anos.
"Já tentámos várias alternativas a Nuno Valente; experimentamos o JORGE RIBEIRO, fomos procurar nas divisões inferiores, nas camadas jovens, mas não há nada" (Entrevista ao Record, há uns meses). Jorge Ribeiro comemorou ontem o 24º aniversário no estágio da selecção.
"Queremos formar uma equipa, com espírito de grupo". - Ó Figo, queres fazer uns particulareszinhos, pá, não custa nada?!? - Qual particulares, qual quê!!! Chama-me quando chegar o campeonato da Alemanha, ó brazuca!
E é assim, com este imbecil fantasiado de treinador, levado às cavalitas do Madaíl e da cambada da comunicação social de Lisboa que vamos ao Campeonato do Mundo. Que Deus nos proteja!

terça-feira, novembro 08, 2005

O Braga e a Liga

Até agora não tinha dedicado grande espaço ao Braga só por um motivo: não me entusiasma. Só consegui ver dois jogos completos (contra Porto e Rio Ave), e mais uns bocados aqui e acolá. Nos jogos que vi por inteiro, o Braga só por grande felicidade não perdeu. E a qualidade do futebol apresentado foi medíocre.
Jesualdo Ferreira fez parte daquela esquadra de treinadores da Federação que comandou as selecções jovens durante grande parte das décadas de 80 e 90. Com ele trabalharam Neca, Caçador, Violante, Vingada e outros de que já não me recordo. O único a quem reconheço grande competência é Queirós. Os outros caracterizaram-se sempre por montar esquemas defensivos e medrosos, muitas vezes desadaptados dos jogadores. Jesualdo, nos clubes, continua a perfilhar esta estratégia: "não sofrer golos, e se possível marcar". Não gosto.
Os méritos do Braga são inegáveis. A posição na tabela, porém, é falsa. E, quanto a mim, Wender e João Alves fazem falta à equipa. Seguramente o Braga é candidato às competições europeias. Mais do que isso é injusto e não é bom para o futebol.

A minha equipa ideal (à décima jornada)

Vítor Baía; Nélson, Nem, Pedro Emanuel, Jorge Luiz; Niquinha, Petit, Moutinho; Manduca, Quaresma, Nuno Gomes.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Os srs. árbitros

Poderíamos começar a semana a falar da primeira derrota do Braga, ou do grande golo de Cleiton na Luz, ou do bonito golo de Quaresma, ou da primeira vitória de Paulo Bento. Mas não.
António Sousa não quis comentar outra grande exibição de Niquinha, ou a jogada de Zé Gomes no primeiro golo do Rio Ave. Preferiu falar de dois livres mal assinalados que deram dois golos ao Benfica.
José Mota não ressaltou a entrega dos seus jogadores. Também não assumiu que a sua equipa não criou uma única oportunidade de golo em 90 minutos. Pensou num suposto penalti num lance em que nem sequer estava um jogador de amarelo envolvido.
Koeman e Veiga também acham que é mais importante falar de um fora de jogo do que do seu jogador que marcou dois golos de livre no mesmo jogo.
É com eles. Eu fechei a loja. Não falo mais de arbitragens.

Nuvens negras

É espantosa a dependência do Benfica em relação a Simão. Nos três jogos em que o capitão benfiquista não jogou ou fê-lo limitado, o Benfica perdeu um para a Liga dos Campeões em casa e empatou dois para a Liga Portuguesa, com exibições medíocres, sobretudo com o Rio Ave. E isto depois de ter realizado prestações muito positivas no Dragão e diante do Villareal. Sinceramente, e para não se repetir o mesmo arrastamento que caracterizou os últimos meses do campeonato do Benfica o ano passado, mais vale deixá-lo a recuperar durantes algumas semanas.
Para agravar as coisas, o Porto conseguiu recuperar da fase negativa depois da derrota com o Artmedia. Parece-me sem dúvida nenhuma que os dragões são a melhor equipa da Liga. Exceptuando os jogos contra o Marítimo e o Benfica, que se realizaram naquela fase negativa, o Porto tem vulgarizado todas as equipas que se lhe deparam. O Braga, o Nacional, o Setúbal, o Rio Ave, o Paços Ferreira - ou seja, os clubes que têm apresentado melhor futebol em Portugal - fizeram todos, sem excepção, exibições sofríveis diante do Porto. Será coincidência? O Porto é a equipa que mais ataca, a que mais domina e a que mais oportunidades cria. E entretanto melhorou substancialmente na defesa.

sábado, novembro 05, 2005

"O erro mais grave da Liga"

Eu sei que alguns internautas consultam os blogs para ler as opiniões sobre os "casos" dos jogos. Ontem aconteceu um, num jogo que não acompanhei pela televisão (preferi ver os Young Gods, no Hard Club).
O lance é óbvio, e não vale a pena comentá-lo. Pior foi ver a TVI qualificá-lo como "o erro de arbitragem mais grave da Liga Portuguesa".
Em primeiro lugar, não sei como é que comparam erros da arbitragem. A única maneira justa seria saber como o jogo acabaria se o erro não tivesse existido. O que é impossível.
Eu faço o possível para não comentar as arbitragens. Não faria sentido que eu dissesse, num dia, que Rui Nereu não deve ser crucificado pelo frango contra o Villarreal, ou que Adriaanse não é o único culpado da derrota com o Inter, para agora afirmar que o fiscal de linha do Sporting-Leiria deve ser irradiado.
E para mais o erro mais ridículo que vi este ano foi no segundo golo do Rangers contra o Porto em Glasgow, e que me lembre, não aconteceu nada ao árbitro.

O que é jogar melhor?

Os comentários do Fernando Vilarinho ao meu último post suscitam considerações muito interessantes, e ele expressa um ponto de vista muito pertinente sobre alguma da matéria sobre a qual as pessoas que conversam e comentam futebol criaram um consenso que bem pode ser entendido como arbitrário.
Quando dizemos que uma equipa que tem mais tempo de posse de bola, mais remates, mais situações de golo, ou aquilo que às vezes se chama "volume de jogo" foi superior, isto mostra só uma parte da realidade, um tanto ou quanto "importada" de outros desportos colectivos, como o basquete ou andebol. Nestes jogos, dada a quantidade de pontos marcada durante o jogo, e a impossibilidade de evitar que o adversário marque pontos numa grande parte das acções de ataque, não existe "jogo defensivo", como no futebol. Quer dizer, a equipa que ataca melhor e cria mais situações ganha sempre.
No futebol, isto não se passa. Como há poucos pontos em cada jogo, é possível obter resultados positivos sem atacar, ou atacando muito pouco, mas com eficácia.
A análise que o Fernando fez do Porto-Artmedia é pertinente sob este ponto de vista. Se uma equipa reconhecida mais fraca joga com as armas que tem e ganha, podemos dizer que não foi superior?
Só dois pequenos pontos: obviamente, a minha boca ("aprendam a marcar golos"), não era mais que isso, uma boca. Até porque o Porto marcou 7 golos na Liga dos Campeões e tem 3 pontos, enquanto o Inter marcou 4 e já tem 9; eu não vi inteiramente os jogos que comentei, mas vi os resumos e as estatísticas do tempo de posse de bola, remates e comentários que vamos acompanhando permitem uma ideia de como o jogo decorreu. Mas também é verdade que o que é aqui escrito são opiniões, não factos.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Ao lado

Pois é, falhei todas as previsões! Não só errei no resultado do Benfica, como disse que portugueses, espanhóis e franceses disputavam o segundo lugar, julgando que o Manchester garantiria o primeiro sem problemas. Só acertei ao dizer que, não ganhando, a situação do Benfica complicava-se muito. Mas vamos a ver. É importante notar que, não havendo outra grande surpresa no Machester-Villarreal, uma vitória benfiquista em França garante pelo menos o acesso à Taça UEFA.
É justo referir que, tal como é disparatado culpar o guarda-redes pela derrota (afinal, se o Benfica marcasse golos, bem podia ter sofrido um), também aconteceu outra vez que um jogador, lá porque fez um jogo que correu bem, já aparecia em capas e páginas centrais de jornais.
E, afinal, depois de três épocas em que andamos a enganar a Europa e a ganhar jogos, voltamos ao do costume. Jogar, encantar, falhar golos e perder. Quase todos esta época seguiram este caminho: Braga, Sporting, Porto, Guimarães e Benfica perderam jogos em que foram superiores. É caso para um estudo sério - aprendam a ganhar jogos!!!

quarta-feira, novembro 02, 2005

Benfica - Villarreal

Koeman tentou sacudir um bocado a pressão ao afirmar que o jogo de hoje não é decisivo, mas é. Por muito que se tenha elogiado (a meu ver, de forma exagerada) as exibições do Benfica em Manchester e em Espanha, a verdade é que os encarnados só fizeram um ponto fora, tantos quantos todas as outras equipas do grupo. Assim, quem se apurar terá de fazer a diferença nos jogos em casa. Se tivermos em conta que este é o último jogo em casa contra os adversários directos pelo segundo lugar, um resultado que não seja a vitória deixa o Benfica numa situação muito complicada.
Por outro lado, muita da pressão também está do lado dos espanhóis, que, se perderem, ficam praticamente arrumados. Não vejo o Villarreal a ganhar em Manchester, e, portanto, esta também é uma final para eles. Vamos ver, mas eu aposto numa vitória do Benfica.

«A culpa foi do Meireles!»

Não acho que o Porto tenha estado assim tão mal; apanhando-se a ganhar, tentou controlar o jogo, e fê-lo até muito bem. O Inter teve poucas oportunidades e só marcou através de um penalti mais que do desnecessário e, na minha opinião, duvidoso. O segundo golo já é outra história e leva-nos para um outro assunto, que tem que ver com as péssimas afirmações de Co Adriaanse.
Segundo o treinador do Porto, Raul Meireles devia estar a dormir porque podia ter tirado facilmente a bola com o pé. Agora respondem-me. Mas é verdade. Pois é, mas não cabe ao treinador defender os seus jogadores quando estes cometem erros? Não cabe a ele assumir a responsabilidade, em nome do colectivo, tanto na vitória como na derrota? O problema de Adriaanse é que gosta de individualizar os erros e de andar sempre atrás de bodes expiatórios. O Porto empatou na Madeira e ele desconfia que o Baía foi mal batido; o Porto perdeu com o Artmedia e o holandês aceita responsabilidades na medida em que foi ele que colocou o Ibsen e o Quaresma a jogar; o Porto faz uma exibição medíocre contra o Marco e o treinador aponta o dedo a Ibsen e a Diego. Obviamente os jogadores calam-se, até porque o holandês parece ser duro disciplinarmente, mas imagino o ressentimento que não deve grassar pelos balneários do dragão.
Só uma nota. Não quero dizer com tudo isto que não se deve responsabilizar e analisar a prestação dos jogadores, mas de certeza que há outras maneiras de o fazer.

terça-feira, novembro 01, 2005

Inter 2 - 1 Porto

Fraca exibição do Porto, que, mesmo assim, esteve a um quarto de hora de conseguir um bom resultado em San Siro. Mas, ao contrário das anteriores derrotas com Rangers e Artmedia, seria injusto se o Porto tivesse pontuado. Aliás, não me recordo do último jogo em que o Porto tenha criado 0 (isso mesmo, zero) oportunidades de golo. Nem nos tempos de Carlos Alberto Silva e Ivic, quando íamos a Itália para tentar o milagre do empate a zero.
Desta vez nem é possível apontar grandes culpas ao treinador, embora as substituições tenham sido um desastre. Esta equipa do Inter é muito superior à do Porto, e não há nada a fazer neste aspecto. Se temos de alinhar com Bosingwa, Bruno Alves, Alan e Raúl Meireles, uma vitória sobre o Inter será sempre um acontecimento esporádico.
O apuramento ainda é possível, dada a combinação de resultados. Tenho é muitas dúvidas que o Porto consiga ganhar em Bratislava; isto, se for capaz de ultrapassar em casa o Rangers, o que também não será fácil. Enfim, pode ser que amanhã o Benfica faça melhor.

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