quinta-feira, dezembro 29, 2005

Jogador do Ano

Simão - se o acontecimento desportivo do ano foi a conquista do campeonato pelo Benfica, Simão foi o símbolo desta vitória. Desde que retornou de Barcelona, Simão assumiu uma liderança incontestada na equipa encarnada, que culmina com a braçadeira de capitão e o título.
Neste período em que desfilou a sua classe em Portugal, e que parece ter chegado ao fim, Simão destacou-se como um grande à antiga portuguesa - pequenino, rápido e inteligente.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Equipa do Ano

Sporting de Braga - diria que houve um empate técnico entre o Braga e o Benfica, mas escolho o Braga por duas razões: relação qualidade-preço; exemplo de gestão bem conseguida.
Embora não aprecie as qualidades de comunicador de António Salvador, o Braga é sem dúvida um modelo do que deve ser uma equipa de um país com recursos limitados como o nosso. A criação da SAD levou a uma racionalização dos meios. A entrega da equipa a Jesualdo Ferreira, um homem que conhece bem o futebol português, foi acertadíssima. A manutenção de um núcleo duro de jogadores que, não sendo prata da casa, já levam alguns anos com a camisola vestida resultou numa equipa madura e equilibrada.
Todos estes ingredientes levaram a que o Braga seja, dentre os "não-grandes", o clube mais bem preparado para sobreviver à hecatombe financeira que fatalmente atingirá o nosso futebol num futuro não muito distante. E não é por acaso que é o único clube, além dos grandes, que rentabilizou a construção de um novo estádio por altura do Euro-2004 e tranformou esta oportunidade em mais adeptos e mais sócios.
Também entram nesta lista o Benfica campeão e o Sporting finalista da Taça UEFA.

terça-feira, dezembro 27, 2005

Treinador do ano

Manuel Machado - fiz algumas contas e confirmei aquilo que já desconfiava. Se o campeonato decorresse durante o ano civil, em 2005 teríamos um empate a três: Porto, Benfica e Manuel Machado, todos com 65 pontos.
É admirável que Machado tenha deixado boas impressões em todos os clubes que comandou, desde que chegou à alta-roda do futebol português - Moreirense, Guimarães e Nacional tornaram-se adversários difíceis sob o seu comando. Se há um treinador da nova vaga que merece uma oportunidade num grande, será ele.
Numa outra nota, tive a oportunidade de o conhecer pessoalmente em Joane, na Escola Secundária. Conhecer é uma figura de estilo, já que ao longo do ano lectivo trocámos não mais que meia dúzia de palavras. A impressão que tive dele é a mesma que ressalta das suas entrevistas - um homem competente, vaidoso e arrogante. Irrita-me particularmente o seu discurso, já muito batido e decalcado - "ganhamos porque somos bons, perdemos por culpa do árbitro". Mas, como a simpatia não ganha jogos, é o meu treinador do ano.
Menção também para Jesualdo Ferreira, que fez do Braga uma presença habitual nos cinco primeiros classificados, e José Peseiro, o primeiro treinador a levar o Sporting a uma final da Taça UEFA.

sábado, dezembro 24, 2005

A minha equipa ideal (primeira volta)

Por fim, a linha avançada.
Quaresma - não é necessário explicar. Melhor jogador do campeonato e melhor jogador português em actividade. Os jornaleiros ainda inventaram que Quaresma aprendeu a jogar para a equipa. Foi ao contrário. A equipa é que aprendeu a jogar com Quaresma - onde ele estiver, é para lá que a bola tem de ir.
Quanto a extremos, não há muito mais: Manu e Douala, este mais no início do campeonato, também estiveram bem.
Como não quero mais extremos, escolho um ponto de lança mais móvel e outro mais fixo na área.
Marcel - desconfiei um tanto de início, mas Marcel provou ser um jogador rápido, inteligente, e, sobretudo, goleador. Ganha a corrida a Meyong, porque marcou a todos os grandes, ao contrário do camaronês, que nos jogos grandes apagou-se. Também merecem destaque João Tomás, que está a recuperar a forma, André Pinto e Liedson, quando lhe apeteceu jogar futebol.
Nuno Gomes - há muitos anos Nuno Gomes é o melhor ponta de lança português. O que leva tanta gente a desconfiar dele é para mim um mistério. Diziam que não marcava nos jogos grandes, mas este ano até este dado foi desmentido. Além disso possui a capacidade rara de saber sair da área para jogar e mesmo assim estar no espaço de finalização da jogada.

sexta-feira, dezembro 23, 2005

A minha equipa ideal (primeira volta)

Agora os médios.
Petit - neste momento Petit é a alma do Benfica. Até assumiu as missões de marcação de livres e pressão sobre os árbitros. Por muito útil que Petit seja ao Benfica a distribuir porrada, a cobro do estatuto que adquiriu, a verdade é que evoluiu a um patamar que fazem dele um pêndulo na equipa encarnada.
Paulo Assunção - não começou a época, mas assumiu o papel principal no meio campo do Porto. Corre quilómetros por jogo, compensando a lentidão de Lucho e a falta de vontade de Diego.
Para estes dois lugares, havia mais concorrência. Niquinha iniciou a época em grande, mas as fracas exibições nos últimos jogos tiram-lhe o lugar. O grande achado da imprensa desportiva, Lucho González, ainda não me convenceu completamente. É bom jogador, mas é curto de pernas. Se está a atacar não defende, e se fica atrás não ataca.
O meu maior problema foi encontrar um médio ofensivo. Aquele que melhor se tem apresentado, Benachour, está a ser prejudicado pela fraca campanha do Guimarães. Não havendo muito por onde escolher, fico com
Moutinho - outra confirmação desta época. Pauta o jogo do Sporting e chama a bola. Só lhe falta mais apetência pela baliza e alguma força.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

A minha equipa ideal (primeira volta)

Eu sei que ainda falta uma jornada, mas cá vai:
Moretto - vários guarda-redes tiveram boas fases. Paulo Santos, Baía e Diego estiveram em grande. Escolho Moretto pelos dados estatísticos, e por ter sido um autêntico milagreiro em alguns jogos.
Nélson - Koeman prejudicou-o ao fazer Nélson alinhar a extremo, mas quando Simão lesionou-se, transformou-se de imediato no jogador mais importante do Benfica. Entre as suas qualidades, destaco a grande capacidade física e a qualidade de passe. Se defender um pouco melhor será um grande lateral. Também em bom plano esteve Zé Gomes, o jogador mais regular do Rio Ave.
Pedro Emanuel - o pior momento do Porto coincidiu com a sua lesão. Esteve imperial em vários jogos e assegura alguma classe na pior defesa do Porto nos últimos 15 anos. Luisão e Nem são outros nomes a destacar.
Tonel - embora já tivesse feitos boas épocas na Académica, foi uma surpresa a sua ascensão a titular indiscutível no Sporting, destronando Beto e Polga. Se não tivesse um problema de saúde, seria provavelmente totalista.
Miguelito - Jorge Luiz começou melhor, mas Miguelito foi o defesa esquerdo mais regular. Este é ano da confirmação do valor de Miguelito. Bom a defender, rápido na subida ao ataque, qualidade a passar e a centrar. Não deve passar muito tempo no Nacional. Também é de realçar a boa prestação de Léo, depois de algumas dificuldades iniciais em acertar com a velocidade do futebol português.

Ter ou não ter

A grande diferença entre Porto e Guimarães na primeira parte foi Ricardo Quaresma. O Porto tem Quaresma e ele ofereceu-lhes um golo. O Guimarães não tem.
Bom jogo de futebol. Muito disputado e por vezes bem jogado. Com um bocadinho mais de pontaria e calma de parte a parte poderia ter sido 4-3 ou 5-4.

terça-feira, dezembro 20, 2005

Parece que...

...volta tudo ao normal. Nestes últimos 10 dias, com alguma pena, não tenho podido ver jogos de futebol. Pelo que tenho lido, parece que os grandes vão acertando e que chegarão, paulatinamente, às suas posições habituais na tabela.
Ainda há bocado, o Sporting ganhou tão facilmente ao Rio Ave que lembrou-me o início dos anos 90, quando os grandes davam 20 pontos de avanço ao 4º classificado. Não esteve tão bem como isso o Sporting, mas está muito mal o Rio Ave.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Poder-se-á falar de sorte?!

Qualquer pessoa minimamente realista sabe que muito dificilmente o Benfica conseguirá ir mais longe na Liga dos Campeões. No entanto, julgo que os campeões nacionais tiveram sorte neste sorteio. De todas as equipas fabulosas que podiam ter saído, o Liverpool era talvez uma das mais acessíveis.
Primeiro porque nós damo-nos muito bem com futebol britânico. Segundo, porque é uma equipa bem menos consistente e regular que a maioria das outras, como a Juventus, o Milão, o Barcelona, e até o Lyon, o que permite ter fé em que nos jogos contra o Benfica estejam em dia-não. Por fim, não vejo que o Liverpool tenha jogadores com a qualidade dos grandes da Europa. Onde é que é está no plantel deles um Ronaldinho ou um Deco, um Shevchenko, um Zidane?
Seja como for, os ingleses são inegavelmente favoritos.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Memórias

Por vezes é irritante ter boa memória. Porque lembro-me de factos e declarações que já toda a gente, incluindo os seus actores e autores já esqueceram.
Alguém se lembra como começou a história dos "acordos de cavalheiros" para que os jogadores emprestados não defrontassem os seus clubes de origem? Eu lembro-me.
Em 91 ou 92, Jorge Costa era um jovem jogador do FC Porto acabado de sair das camadas jovens. Tapado por Aloísio, Geraldão e ainda Fernando Couto (na altura suplente), Jorge Costa foi emprestado ao Marítimo. Quando os madeirenses visitaram as Antas, o Porto passava por dificuldades e o jogo, já na 2ª parte, estava 1-1.
Eis que num centro para a área do Marítimo, Jorge Costa aponta um autogolo de cabeça um bocado "esquisito". Não faltou quem afirmasse na altura que afinal tinha acertado na baliza "certa". E quando, no início da época seguinte, Costa foi integrado no plantel, li que estava "pago" o favor.
Depois deste episódio, o FC Porto tomou por norma que os jogadores emprestados não poderiam jogar contra os azuis e brancos, no que foi acompanhado por vários outros clubes.
Independentemente da opinião que tenhamos neste caso, alguém duvida que, na visita ao Dragão, se Bruno Vale tivesse apanhado um grande frango (por acaso fez uma grande exibição), a história repetir-se-ia?

quarta-feira, dezembro 14, 2005

O dilema de Scolari

Depois de conhecidos os adversários que vão testar a preparação dos valorosos tugas na antecâmara do Mundial (para quem já não se lembra - Cabo Verde e Luxemburgo), vejo que ainda não temos com quem jogar a 1 de Março.
Como patriota que sou, já tratei de saber que o Kuwait e as Ilhas Maldivas não têm jogos agendados para esta data. Penso serem oponentes ideiais, na linha dos restantes, para preparar a nossa selecção para os combates vindouros.
Mas, no caso de falharem estas opções, ainda assim não deixo ficar mal o nosso Felipão. Já falei com o pessoal que jogava futsal comigo à quinta-feira e a malta alinha. A única condição é que têm de nos arranjar equipamento e o jogo só pode ser depois das 8. É que um dos guarda-redes só sai do trabalho às 7.30 h. Ah! como somos só 10, e dois são guarda-redes, o Deco e o Ronaldo jogam por nós, OK?

Queixinhas II

Enquanto não se resolve a queixa contra Nuno Gomes (que está em banho-maria, provavelmente à espera do jogo da Taça de Portugal), o Benfica contra-ataca fulminantemente. Cristiano Ronaldo fez gestos para a bancada? Queixa! Maciel não jogou? Outra queixa!
Como é que que estes moços se conseguem justificar em casa? pergunto eu.
E já agora, se o Setúbal não alinhar contra o Benfica, quem se vai queixar?

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Sorteio fasto ou nefasto?

Concordo com o Alexandre, o grupo de Portugal é o mais fácil de todos, mas não acho sinceramente que tenhamos tido sorte no sorteio. Paradoxal? Explico-me: tendo em conta a forma como foram estabelecidos os potes (por continentes) e considerando que o Mundial se vai disputar num país da Europa, só um desastre nos impedirá de chegar aos oitavos-de-final. Por isso, penso que dificilmente o sorteio nos colocaria num grupo complicado. Assim, julgo que mais importante do que ter um grupo mais ou menos fácil seria cruzar nos oitavos-de-final com um grupo acessível. Ora o grupo de cruzamento é o da Argentina e da Holanda, somente o pior de todos. Isto significa que, independentemente da nossa prestação na fase de grupos, logo na primeira eliminatória vamos apanhar um dos candidatos ao título.

sábado, dezembro 10, 2005

Sorteio do Mindial-2006

Não vale a pena estarmos a inventar desculpas antecipadas - o nosso grupo é o mais fácil de todos. Só os grupos D e H (da Espanha e Ucrânia) não tem qualquer campeão do mundo, e o D é o único com apenas uma selecção europeia. Dado que desta vez o Mundial realiza-se na Europa, a vantagem que as equipas asiáticas usufruíram no último Mundial desaparecem. Por último, será o único grupo em que o favorito não é o cabeça de série.
O mínimo exigível é o apuramento para os oitavos de final. E o único bom resultado é o primeiro lugar no grupo.
Eu não ficarei satisfeito com menos.

"Quem vier, morre"

Vou resistir à piada fácil, e desejar que Luís Filipe Vieira tenha razão. Mas assim, dá a impressão de estar a falar para tolos.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Apuramentos

Logo após o sorteio, eu e o Mário fizemos os nossos palpites sobre os apurados para os oitavos de final.
Eu apostei em Bayern de Munique, Juventus, Arsenal, Sparta de Praga, Barcelona,Panathinaikos, Manchester United, Benfica, Milão, PSV Eindhoven, Real Madrid, Lyon, Liverpool, Chelsea, Inter de Milão e Porto.
E o Mário - Bayern, Juventus, Arsenal, Sparta, Barcelona, Werden Bremen, Manchester, Benfica, Milan, PSV, Real Madrid, Olympiacos, Liverpool, Chelsea, Inter, Porto.
Eu acertei em 12 equipas. O Mário também.
Porra! Empatámos!

Qual ciência?

Está na moda o método científico do futebol muito por culpa de José Mourinho. Até já aparecem na Internet esquemas desenhados pelos adjuntos do Chelsea que toda a gente quer ver.
Reparem: Porto e Benfica ganharam apenas 3 jogos na 1ª fase da Liga dos Campeões. Que foram sobre o Lille..., Inter de Milão e Manchester United. Ou seja, as equipas que não foram capazes de bater o Villarreal, Artmedia e Rangers ganharam a dois colossos do futebol europeu.
Ontem, os dois jogadores que mais tinham sido assobiados, insultados e riscados de qualquer 11 que os adeptos de bancada faziam para defrontar os ingleses marcaram os golos da glória benfiquista.
Qual ciência?

Benfica

Falhei outra vez o palpite e o Benfica apurou-se. Há muito mérito na forma como o Benfica bateu o Manchester.
Tenho de destacar um jogador, no entanto: Manuel Fernandes, como rapaz humilde e bom benfiquista, aleijou-se na altura exacta para evitar que Koeman continuasse a utilizar os 3-trincos-3. E a partir daí foram dois jogos complicados e duas vitórias. Ahhh!!!, grande Manel. Este apuramento é teu.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Benfica 2 - Manchester 1

Koeman vai poder cear o natal entre nós.

Benfica - Manchester

Para ser sincero, não tenho fé na passagem do Benfica aos oitavos de final. A minha esperança é que o Villarreal espete logo 3 ao Lille antes do intervalo, e que pelo menos o empate chegue para que o Manchester vá aos oitavos e o benfica à taça UEFA. É que ficar sem futebol europeu já em Dezembro é mutio chato.

E o barco começa a abanar

Ainda no seguimento do último post, importa ler o que Rodolfo Reis diz ao Record, na edição de hoje. E importa porque Rodolfo não é um blogger, mas uma pessoa que conhece bem a casa e quem lá está.
"[Co Adriaanse] nunca ganhou nada e tem de entender que o FC Porto é um clube campeão. Tem de dar ouvidos ao Rui Barros. Mas o Adriaanse é "eu quero, posso e mando". A folosofia deste clube é pensar só nó primeiro lugar, mas esse não tem sido o discurso dele!"

Depois do adeus

Não me vou alongar muito sobre o jogo de ontem. Os jogadores do Porto não são caranguejos (no entanto, alguns do Artmedia pareciam), e, assim, era impossível fazer melhor. Mas como o treinador disse no final que faria tudo outra vez da mesma maneira, nunca seria possível fazer melhor, fossem quais fossem as condições ou os adversários.
Duas notas são de realçar, no entanto. Uma foi a espectacular exibição de Vítor Baía. Scolari pode dispensá-lo, mas espero ver Baía ainda mais uns anos na baliza portista. A segunda é outra vez para a UEFA. É inacreditável que se permita fazer um encontro da Liga dos campeões num charco. Continuo a não compreender como pode a UEFA ser tão rigorosa em aspectos importantes nos estádios, mas que não têm a ver com o espectáculo, e deixe passar relvados como os do Villareal, ou o lamaçal de ontem.
Depois da pior campanha de sempre na Liga dos Campeões, é também preciso dizer que o desastre não é só culpa de Adriaanse. Dos últimos seis treinadores que escolheu (Octávio, Mourinho, Del Neri, Fernandez, Couceiro e Adriaanse), Pinto da Costa só acertou num. Dá que pensar.

Artmedia 0 – FC Porto 0

Co Adriaanse, como adepto do FCP e como adepto ignorante de futebol, gostava que me esclarecesse o seguinte: porque é que o Diego que é um jogador tecnicista e passa a vida no banco, jogou este jogo com um campo daqueles?

terça-feira, dezembro 06, 2005

Artmedia - Porto

Pois é... daqui a algumas horas o Porto joga a continuidade europeia em Bratislava e ao fim de 19 jogos oficiais (13 na Liga, 5 nos Campeões e 1 na Taça), ninguém sabe que onze vai alinhar. Eu arriscava a dizer que é Baía, Quaresma e mais 9, mas nem disso tenho a certeza, tantas as voltas já dadas pelo treinador a quem se arrisca a vislumbrar alguma coerência na equipa que vai mandando jogar de início.
O melhor mesmo é acender uma vela e esperar para ver.
Mas cá para mim mantenho o prognóstico de há 15 dias...

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Artistas

Li hoje que Romário foi o melhor marcador do campeonato brasileiro.
Veio-me à memória algumas das minhas recordações de apaixonado do futebol. Uma das alturas em que eu mais apreciei ver a bola foi há uns 11 ou 12 anos. Se não me engano, foi na época de 93-94, e eu, como não tinha aulas segunda à tarde, sentava-me muitas vezes à frente da TV para degustar a narração do Perestrello e os jogos do Barcelona.
O Barça tinha uma grande equipa, com Stoichkov, Koeman, Guardiola e outros, mas o que me enchia as medidas era ver Romário na frente de ataque. O Baixinho, como era a sua marca, quase não corria, para desespero de Cruiff, e às vezes quase não tocava na bola durante o jogo, emparedado pelos calmeirões adversários. Mas, quando apanhava-se de frente para a baliza, fazia magia. Com uma finta de corpo deixava metade da defesa a olhar de banda e poucas vezes rematava de bico. Muitos golos eram autênticos passes para a baliza, que os guarda-redes contrários em vão tentavam parar. Não valia de nada. A bola e as balizas sempre foram apaixonadas por Romário também. E lá vinha a musiquinha do Perestrello - "sacudindo a bunda pra cá, sacudindo a bunda pra lá...".
E eu, que nem sou adepto do Barça nem de outro clube espanhol, só queria ver a bola chegar aos pés de Romário. Porque naquela fracção de segunda antes do couro lhe tocar as botas, ficava o suspense - "o que será que ele vai inventar agora?...".
No sábado, durante o Porto - Sporting, tive outra vez um gostinho dessa sensação mágica, que só o futebol nos oferece. Acontecia quando via que a redondinha se encaminhava para os pés de Quaresma. Ou de Deco, na época em que ganhou a Taça UEFA; ou de Ronaldinho Gaúcho. O Porto empatou, pois foi. Mas, por mim, nem que tivéssemos perdido, eu estava sempre a pedir baixinho, só para mim: "passem a bola ao Quaresma...".
Por isso, peço-vos. Não deixem que os Jesualdos, os Nortons e os Cos do futebol destruam os Quaresmas. Porque se assim for só teremos Bosingwas para nos encantar.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Porto 1 - 1 Sporting

Do lado do Sporting viu-se muita correria e muita luta, mas pouco discernimento. Estiveram muito bem os centrais - Polga e Tonel não permitiram um único remate aos avançados contrários na grande área. Até para o golo foi preciso uma carambola. Também foi fantástica a assistência de Carlos Martins para o golo. Pena para o Sporting que Martins desapareça dos jogos durante tanto tempo.
O Porto fez a sua melhor exibição na Liga. Excelente jogo de Paulo Assunção, e Quaresma continua a dar cabo da cabeça aos adversários. E foi melhor a jogar quase todo o jogo praticamente com 9 - Jorginho e McCarthy só fizeram figura de corpo presente. Continua a faltar ao Porto o que faltou toda a época - o toque de classe no meio-campo que permita tornar o jogo da equipa mais objectivo e menos dependente dos rasgos de Quaresma. Por vezes Ibson consegue dar este toque. Não consigo compreender como continua no banco a (não) ver jogar Jorginho e depois Diego.

Bai-bye Guimarães

Depois de não conseguir ganhar os pontos possíveis (fora com o Zenit e em casa com o Bolton), o Guimarães também falhou os impossíveis. Mas não esteve mal de todo o Guimarães. É preciso ver que, mesmo assim, foi a equipa portuguesa que fez mais pontos nesta época uefeira. E ainda podem ganhar ao Besiktas.
Mas por esta última frase já se torna evidente que a época correu-nos muito mau...

Afinal...

Enganei-me e Liedson não foi convocado para o jogo no Dragão. O que só torna mais grave a recusa do treinador em clarificar o que se passou com o jogador. Não estamos a falar de uma equipa do Desporto Escolar, e de um menino que se portou mal. Falamos de uma equipa profissional, de uma Sociedade Anónima Desportiva, que tem sócios pagantes e accionistas, e de um trabalhador que recebe vencimentos, e que estes mesmos sócios e accionaistas pretendem ver desempenhar as suas funções. Se não o fez no domingo e não o fará hoje, as pessoas têm o direito de saber porquê.
Quanto às questões de "defesa do grupo de trabalho", não digo mais que isto: o jogador que envergou a braçadeira de capitão contra o Guimarães andou à pancada com o anterior capitão num treino, há uns 2 meses.

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