segunda-feira, dezembro 05, 2005
Artistas
Li hoje que Romário foi o melhor marcador do campeonato brasileiro.
Veio-me à memória algumas das minhas recordações de apaixonado do futebol. Uma das alturas em que eu mais apreciei ver a bola foi há uns 11 ou 12 anos. Se não me engano, foi na época de 93-94, e eu, como não tinha aulas segunda à tarde, sentava-me muitas vezes à frente da TV para degustar a narração do Perestrello e os jogos do Barcelona.
O Barça tinha uma grande equipa, com Stoichkov, Koeman, Guardiola e outros, mas o que me enchia as medidas era ver Romário na frente de ataque. O Baixinho, como era a sua marca, quase não corria, para desespero de Cruiff, e às vezes quase não tocava na bola durante o jogo, emparedado pelos calmeirões adversários. Mas, quando apanhava-se de frente para a baliza, fazia magia. Com uma finta de corpo deixava metade da defesa a olhar de banda e poucas vezes rematava de bico. Muitos golos eram autênticos passes para a baliza, que os guarda-redes contrários em vão tentavam parar. Não valia de nada. A bola e as balizas sempre foram apaixonadas por Romário também. E lá vinha a musiquinha do Perestrello - "sacudindo a bunda pra cá, sacudindo a bunda pra lá...".
E eu, que nem sou adepto do Barça nem de outro clube espanhol, só queria ver a bola chegar aos pés de Romário. Porque naquela fracção de segunda antes do couro lhe tocar as botas, ficava o suspense - "o que será que ele vai inventar agora?...".
No sábado, durante o Porto - Sporting, tive outra vez um gostinho dessa sensação mágica, que só o futebol nos oferece. Acontecia quando via que a redondinha se encaminhava para os pés de Quaresma. Ou de Deco, na época em que ganhou a Taça UEFA; ou de Ronaldinho Gaúcho. O Porto empatou, pois foi. Mas, por mim, nem que tivéssemos perdido, eu estava sempre a pedir baixinho, só para mim: "passem a bola ao Quaresma...".
Por isso, peço-vos. Não deixem que os Jesualdos, os Nortons e os Cos do futebol destruam os Quaresmas. Porque se assim for só teremos Bosingwas para nos encantar.
Veio-me à memória algumas das minhas recordações de apaixonado do futebol. Uma das alturas em que eu mais apreciei ver a bola foi há uns 11 ou 12 anos. Se não me engano, foi na época de 93-94, e eu, como não tinha aulas segunda à tarde, sentava-me muitas vezes à frente da TV para degustar a narração do Perestrello e os jogos do Barcelona.
O Barça tinha uma grande equipa, com Stoichkov, Koeman, Guardiola e outros, mas o que me enchia as medidas era ver Romário na frente de ataque. O Baixinho, como era a sua marca, quase não corria, para desespero de Cruiff, e às vezes quase não tocava na bola durante o jogo, emparedado pelos calmeirões adversários. Mas, quando apanhava-se de frente para a baliza, fazia magia. Com uma finta de corpo deixava metade da defesa a olhar de banda e poucas vezes rematava de bico. Muitos golos eram autênticos passes para a baliza, que os guarda-redes contrários em vão tentavam parar. Não valia de nada. A bola e as balizas sempre foram apaixonadas por Romário também. E lá vinha a musiquinha do Perestrello - "sacudindo a bunda pra cá, sacudindo a bunda pra lá...".
E eu, que nem sou adepto do Barça nem de outro clube espanhol, só queria ver a bola chegar aos pés de Romário. Porque naquela fracção de segunda antes do couro lhe tocar as botas, ficava o suspense - "o que será que ele vai inventar agora?...".
No sábado, durante o Porto - Sporting, tive outra vez um gostinho dessa sensação mágica, que só o futebol nos oferece. Acontecia quando via que a redondinha se encaminhava para os pés de Quaresma. Ou de Deco, na época em que ganhou a Taça UEFA; ou de Ronaldinho Gaúcho. O Porto empatou, pois foi. Mas, por mim, nem que tivéssemos perdido, eu estava sempre a pedir baixinho, só para mim: "passem a bola ao Quaresma...".
Por isso, peço-vos. Não deixem que os Jesualdos, os Nortons e os Cos do futebol destruam os Quaresmas. Porque se assim for só teremos Bosingwas para nos encantar.