sábado, novembro 05, 2005
O que é jogar melhor?
Os comentários do Fernando Vilarinho ao meu último post suscitam considerações muito interessantes, e ele expressa um ponto de vista muito pertinente sobre alguma da matéria sobre a qual as pessoas que conversam e comentam futebol criaram um consenso que bem pode ser entendido como arbitrário.
Quando dizemos que uma equipa que tem mais tempo de posse de bola, mais remates, mais situações de golo, ou aquilo que às vezes se chama "volume de jogo" foi superior, isto mostra só uma parte da realidade, um tanto ou quanto "importada" de outros desportos colectivos, como o basquete ou andebol. Nestes jogos, dada a quantidade de pontos marcada durante o jogo, e a impossibilidade de evitar que o adversário marque pontos numa grande parte das acções de ataque, não existe "jogo defensivo", como no futebol. Quer dizer, a equipa que ataca melhor e cria mais situações ganha sempre.
No futebol, isto não se passa. Como há poucos pontos em cada jogo, é possível obter resultados positivos sem atacar, ou atacando muito pouco, mas com eficácia.
A análise que o Fernando fez do Porto-Artmedia é pertinente sob este ponto de vista. Se uma equipa reconhecida mais fraca joga com as armas que tem e ganha, podemos dizer que não foi superior?
Só dois pequenos pontos: obviamente, a minha boca ("aprendam a marcar golos"), não era mais que isso, uma boca. Até porque o Porto marcou 7 golos na Liga dos Campeões e tem 3 pontos, enquanto o Inter marcou 4 e já tem 9; eu não vi inteiramente os jogos que comentei, mas vi os resumos e as estatísticas do tempo de posse de bola, remates e comentários que vamos acompanhando permitem uma ideia de como o jogo decorreu. Mas também é verdade que o que é aqui escrito são opiniões, não factos.
Quando dizemos que uma equipa que tem mais tempo de posse de bola, mais remates, mais situações de golo, ou aquilo que às vezes se chama "volume de jogo" foi superior, isto mostra só uma parte da realidade, um tanto ou quanto "importada" de outros desportos colectivos, como o basquete ou andebol. Nestes jogos, dada a quantidade de pontos marcada durante o jogo, e a impossibilidade de evitar que o adversário marque pontos numa grande parte das acções de ataque, não existe "jogo defensivo", como no futebol. Quer dizer, a equipa que ataca melhor e cria mais situações ganha sempre.
No futebol, isto não se passa. Como há poucos pontos em cada jogo, é possível obter resultados positivos sem atacar, ou atacando muito pouco, mas com eficácia.
A análise que o Fernando fez do Porto-Artmedia é pertinente sob este ponto de vista. Se uma equipa reconhecida mais fraca joga com as armas que tem e ganha, podemos dizer que não foi superior?
Só dois pequenos pontos: obviamente, a minha boca ("aprendam a marcar golos"), não era mais que isso, uma boca. Até porque o Porto marcou 7 golos na Liga dos Campeões e tem 3 pontos, enquanto o Inter marcou 4 e já tem 9; eu não vi inteiramente os jogos que comentei, mas vi os resumos e as estatísticas do tempo de posse de bola, remates e comentários que vamos acompanhando permitem uma ideia de como o jogo decorreu. Mas também é verdade que o que é aqui escrito são opiniões, não factos.
Comments:
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Nos casos de manifesto desequilíbrio entre duas equipas, a equipa mais forte tem sempre muitos pontos fracos a explorar na equipa mais fraquinha, e por sua vez esta terá mais dificuldades em reconhecer as poucos debilidades que uma equipa mais forte possui ( sendo que esta disfarça-as melhor ou pior). Logo no 1º jogo o Artmedia (também por jogar fora) acabou discernindo (!) os pontos mais fracos do Porto ( o que na liga nacional o Belenenses, Rio Ave e Naval não souberam fazer, pelos vistos). Claro que se revela complicado ver uma equipa a controlar a circulação de bola e a realizar muitos ataques e depois acabar por perder o jogo. Mas nos poucos momentos em que a equipa mais fraca investe com quase tudo para tentar um ´milagre´, é deveras audaz, pois desguarnece as suas defesas em busca de algo mais.
O David será sempre o herói e o Golias o mau-da-fita. O mais fraco tem mais potencial de alcançar sempre mais do que tem inicialmente, do que no caso do mais forte. E é isso que nos fascina. Sermos engrenagem que propulsiona nosso ser e também arrasta a símile multiplicidade de representações em redor num movimento infindo e de volúvel desígnio.
mas o futebol é sempre a correr e a doer.
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O David será sempre o herói e o Golias o mau-da-fita. O mais fraco tem mais potencial de alcançar sempre mais do que tem inicialmente, do que no caso do mais forte. E é isso que nos fascina. Sermos engrenagem que propulsiona nosso ser e também arrasta a símile multiplicidade de representações em redor num movimento infindo e de volúvel desígnio.
mas o futebol é sempre a correr e a doer.
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