quinta-feira, setembro 29, 2005
A gula da goleada
Sobre o jogo do Porto também não posso falar muito, pois não pude ver - infelizmente, passou na Sport TV, e eu não tenho TV Cabo (este canal é uma incógnita, deve ser o único serviço no mundo que veio para reduzir a oferta). Mas, lendo os jornais, e tendo em conta os momentos de relato que fui ouvindo na Rádio, pude pereceber que se repetiu Glasgow, ou seja, o Porto criou inúmeras oportunidades, dominou o jogo, e o adversário foi três vezes à frente e marcou outros tantos golos. Na minha opinião, isto tem bruxa metido no meio. Não estou a ver outra explicação.
Mas há uma outra questão que eu gostaria de abordar. O treinador do Porto é uma pessoa que tem muita lábia. Por diversas vezes o ouvi comentar, no final de jogos que ganhou pela margem mínima, que não estava satisfeito por ter ganho só por 1-0 ou por 2-1, que o Porto tem de vencer os jogos por margens maiores, três, quatro golos de diferença. Ora, julgo que isto explica um pouco o que poderá ter acontecido ontem. O Porto estava a ganhar por 2-0, mas não parou, manteve o volume ofensivo, sem tratar das cautelas defensivas. O treinador queria oferecer uma prenda aos adeptos e por isso deve ter incutido nos jogadores (e também nos adeptos) a gula da goleada. Como tudo ainda por cima estava a correr tão bem estes devem ter ficado embriagados, perdendo a noção da realidade. No futebol isto é fatal, porque é faltar ao respeito ao adversário; e é perigoso, porque desvia a atenção dos jogadores do essencial, que é a vitória, levando-os mais para vaidades (não quero com isto dizer que a goleada era impossível, mas que ela era difícil de acontecer, por mais fraco que nos possa parecer o Artmedia). Tendo sofrido um golo, os jogadores voltaram à terra, masem queda. Sofrendo o segundo, afundaram-se. É dificil a concentração nestes momentos. Eles começaram por perceber que já não podiam golear (e isto foi já um choque), depois que se calhar já nem ganhariam (que vergonha!), e, por fim, que poderiam perder (humilhação total). Do céu para inferno. Já vi muitas vezes acontecer. É bom que o treinador seja optimista, que incuta confiança, mas que nunca, nunca mesmo, inspire neles o desejo de humilhar os adversários. O que importa é a vitória, o resto vem por acréscimo.
Mas há uma outra questão que eu gostaria de abordar. O treinador do Porto é uma pessoa que tem muita lábia. Por diversas vezes o ouvi comentar, no final de jogos que ganhou pela margem mínima, que não estava satisfeito por ter ganho só por 1-0 ou por 2-1, que o Porto tem de vencer os jogos por margens maiores, três, quatro golos de diferença. Ora, julgo que isto explica um pouco o que poderá ter acontecido ontem. O Porto estava a ganhar por 2-0, mas não parou, manteve o volume ofensivo, sem tratar das cautelas defensivas. O treinador queria oferecer uma prenda aos adeptos e por isso deve ter incutido nos jogadores (e também nos adeptos) a gula da goleada. Como tudo ainda por cima estava a correr tão bem estes devem ter ficado embriagados, perdendo a noção da realidade. No futebol isto é fatal, porque é faltar ao respeito ao adversário; e é perigoso, porque desvia a atenção dos jogadores do essencial, que é a vitória, levando-os mais para vaidades (não quero com isto dizer que a goleada era impossível, mas que ela era difícil de acontecer, por mais fraco que nos possa parecer o Artmedia). Tendo sofrido um golo, os jogadores voltaram à terra, mas