sexta-feira, setembro 09, 2005

Cristiano Ronaldo

Digam-me uma coisa: seria criticável se Cristiano Ronaldo não tivesse jogado contra a Rússia? Seria encarado como falta de coragem? Falta de profissionalismo? Falta de carácter?
Não me parece, não concordam?
Então por que tantos elogios à coragem, ao profissionalismo e ao carácter do jogador? O futebol é e sempre será um desporto colectivo. Ronaldo teve uma decisão difícil para tomar e é compreensível que tenha sido ele a chamar a si a responsabilidade de decidir se jogava ou não. Mas o fundo da questão é este: quem manda é o treinador. Se Scolari julgou que Ronaldo tinha condições para jogar, jogava. Se não, não jogava e ponto final. Não há que estar a criar heróis.
É por estas e outras que o símbolo da nossa selecção, como bem lembrou esta semana Miguel Sousa Tavares, começou a sua carreira internacional a assinar por 2 clubes em simultâneo, jurou fidelidade ao Barcelona para assinar dois dias depois pelo Real Madrid, afirmou que se recusaria a representar a selecção com Manuel José a seleccionador porque não estava disposto a "perder prestígio" e deixou de cumprimentar o treinador do clube que lhe pagava porque não o punha a titular.
É assim que se criam os Miguéis, os Maniches e os Hugos Leais.
Depois não se queixem.

Comments:
confesso que me faz muita confusão alguém jogar futebol no dia em que soube da morte do pai, por muito previsível que esta tenha sido.
quanto aos heróis, é óbvio que fazer de um jogador de futebol um herói é sempre algo negativo. o futebol vale o que vale, muito pouco.
 
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