sábado, setembro 10, 2005

As selecções deviam acabar (parte II)

O quadro que descrevi no último post não é mais que um exemplo repetido em toda a Europa, e, julgo eu, em todas as zonas de apuramento do mundo. O problema é que os apuramentos de selecções são as únicas provas jogadas em regime de campeonato (todos contra todos) em que equipas de nível completamente díspar são agrupadas.
Os resultados práticos estão à vista: os clubes ficam sem os jogadores durante 10 dias, e são de seguida obrigados a cumprir uma jornada de campeonato com unidades lesionadas ou em sub-rendimento.
Não nos esqueçamos que os meios de negócio estão quase todos nas mãos dos clubes; mesmo os estádios dos grandes clubes europeus são, com poucas excepções, particulares.
E nem sequer o velho argumento do desenvolvimento desportivo dos países mais pequenos colhe: Luxemburgo ou Malta, que já disputam apuramentos há décadas, estão ao mesmo nível de um Liechtenstein ou Ilhas Faroé, que andam nisso há meia dúzia de anos. Mesmo os resultados surpreendentes que ocorrem de quando em vez (como o empate no Liechtenstein ou a presença da Letónia no Europeu) explica-se pela falta de motivação com que os melhores jogadores encaram estes encontros, e por outro factor curioso que mencionei no último post - há tantas selecções tão fracas que o apuramento acaba por se decidir em 2 ou 3 jogos. E aí tudo pode acontecer.
(continua)

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