A bola entre nós

Este blog vai mudar de casa.
"A bola entre nós" não acaba, mas vai passar a integrar um blog colectivo - o "segundo andamento".
Vemo-nos por lá a partir de 2ª feira.

Benfica, Sporting e Porto passaram a eliminatória.
Sinceramente, não acho piada nenhuma aos jogos da Taça de Portugal. E, na sua grande maioria, parece-me que os jogadores e treinadores também não.
Se não concordam, escrevam aqui nos comentários os nomes dos semi-finalistas do ano passado... Não vale consultar na Net.

Segundo notícias da imprensa de hoje, um grupo de investidores vai salvar o Estoril.
É lindo. Um grupo de almas caridosas, desinteressadas e cheias de nota vai investir num clube falido, numa zona com pouca apetência para o negócio, num momento em que o ramo está em grave crise.
Alguém aí atrás falou em lavagem de dinheiro?

Quando chegam estes craques todos em Janeiro, eu faço sempre como São Tomé: espero para ver. Se um jogador chega agora, das duas uma: ou vem da América Latina, ou não jogava. Nos dois casos, dá sempre para desconfiar.
Dito isto, há sempre coisas que não são mesmo de perceber. Então o Benfica vai buscar Marco Ferreira (um extremo), Manduca (mais um extremo), Robert (hmmm... outro extremo) e garante que Simão não sai?! Enquanto isto despacham João Pereira e Carlitos (dois extremos). E deixa lá ver se não me engano, mas se Carlitos vai por empréstimo para Setúbal, ou não está a contar receber ordenado, ou é o Benfica que o paga. Cá para nós, entre Carlitos e Marco Ferreira, quem é que escolherias?

Hoje poderia falar do Quaresma ou do Wender, mas o facto mais marcante da jornada do fim-de-semana não foram golos ou fintas. Sem querer fazer trocadilhos, o marco da 17ª jornada foi a falta de comparência do Marco em Portimão. Pela primeira vez, pelo menos desde que a competição de futebol em Portugal é formalmente profissional, uma equipa faltou a um jogo de campeonato.
E será a primeira de muitas faltas de comparência. Só na época em curso, existe quase a certeza de que Estoril e Ovarense (pelo menos) não chegarão ao final. Nas próximas, se nada de drástico for feito, será corriqueiro.
Uma primeira medida já está tomada. A redução no número de equipas profissionais será uma realidade na próxima época. É imperioso proceder imediatamente ao cumprimento rigoroso da Liga, no que diz respeito aos orçamentos e garantias de cumprimento; à "desprofissionalização" dos campeonatos da II, III Divisão e Distritais; à divisão da Liga de Honra em zonas; à criação de um regime especial de competição para as equipas da Madeira e Açores, e outras mais que irei discutindo com o passar do tempo.

À míngua de de bons programas humorísticos na televisão, podemos sempre confiar nos dirigentes de futebol para momentos hilariantes. A conferência de apresentação de Moretto foi uma destas pérolas impagáveis de nonsense que por vezes nos são oferecidas. Então um jogador de 27 anos precisou de "emissários" e um acompanhante na viagem para não ceder a pressões? Tudo foi feito para que Vieira "não embarcasse" no avião (como?)? Se o vôo não fosse TAP a coisa podia ter acabado mal?
Eu não sei o que se passou, mas peço aos intervenientes que continuem. É que eu recebi o DVD do Gato Fedorento no Natal, mas já o vi todo...

Simão - se o acontecimento desportivo do ano foi a conquista do campeonato pelo Benfica, Simão foi o símbolo desta vitória. Desde que retornou de Barcelona, Simão assumiu uma liderança incontestada na equipa encarnada, que culmina com a braçadeira de capitão e o título.
Neste período em que desfilou a sua classe em Portugal, e que parece ter chegado ao fim, Simão destacou-se como um grande à antiga portuguesa - pequenino, rápido e inteligente.

Sporting de Braga - diria que houve um empate técnico entre o Braga e o Benfica, mas escolho o Braga por duas razões: relação qualidade-preço; exemplo de gestão bem conseguida.
Embora não aprecie as qualidades de comunicador de António Salvador, o Braga é sem dúvida um modelo do que deve ser uma equipa de um país com recursos limitados como o nosso. A criação da SAD levou a uma racionalização dos meios. A entrega da equipa a Jesualdo Ferreira, um homem que conhece bem o futebol português, foi acertadíssima. A manutenção de um núcleo duro de jogadores que, não sendo prata da casa, já levam alguns anos com a camisola vestida resultou numa equipa madura e equilibrada.
Todos estes ingredientes levaram a que o Braga seja, dentre os "não-grandes", o clube mais bem preparado para sobreviver à hecatombe financeira que fatalmente atingirá o nosso futebol num futuro não muito distante. E não é por acaso que é o único clube, além dos grandes, que rentabilizou a construção de um novo estádio por altura do Euro-2004 e tranformou esta oportunidade em mais adeptos e mais sócios.
Também entram nesta lista o Benfica campeão e o Sporting finalista da Taça UEFA.