A bola entre nós

O caso do Nuno Valente traz, uma vez mais, à discussão a situação Clube vs Selecção. Os Clubes, mais abertamente ou de modo mais encoberto, pressionam os seus jogadores a fazer uma escolha que a mim me parece inconcebível. Qualquer jogador sonha em jogar como titular numa grande equipa (isso é indiscutível)…mas qual deles não sonha também em vestir a camisola da selecção e ver o seu nome numa camisola das quinas? Patriotismo à parte, hoje parece-me que as selecções trazem o verdadeiro espírito do futebol…aquele do jogar por amor à camisola. Nos clubes há, cada vez mais, uma maior preocupação em fazer render o peixe (seja o clube em si ou o jogador) e às vezes esquecem-se de jogar futebol. Concordo, com o que alguns argumentam, sobre a questão do investimento que as equipas fazem com os seus jogadores e depois os vêem lesionados e cansados devido aos jogos extra em que estes participam. Mas não me parece que a opção esteja em encostar o jogador contra a parede e fazê-lo escolher entre jogar na equipa principal ou jogar na selecção. Se o investimento está feito, para quê coloca-lo a jogar na equipa B? Jogos a mais? Concordo…acabem com algumas competições que estão por cá para encher os estádios das equipas mais pequenas, como a Taça de Portugal. Se não podem ir a todas comecem a ir só a algumas…pois, mas isso para os clubes não é opção! Para além de que este argumento não é utilizado com outros jogadores (como é o caso do McCarthy ou até mesmo do Hélder Postiga)…